sábado, 15 de outubro de 2011

Primeiros traços do mapa cultural de comunidades do Rio


Estimular o debate entre jovens das comunidades Cabritos/Tabajaras (Copacabana), Providência (Centro) e Salgueiro (Tijuca) sobre a melhor forma de representar essas localidades em um mapa cultural foi um dos focos do 3º encontro do Projeto Intercâmbios JuventudeArte. A iniciativa foi realizada no Oi Futuro, em Ipanema, em 8 de outubro.


Um dos parceiros do projeto, a Oi Kabum! Escolas de Arte e Tecnologia é responsável pela criação gráfica do mapa de forma participativa. Luciana Oliveira e Noale Toja falam sobre os desafios de desenhar um mapa como esse.

Qual o envolvimento do grupo com o projeto?

Noale Toja: As atividades estão sensibilizando para a importância de expor a comunidade de dentro para fora. Acredito que quando forem a campo, vão olhar a dona da barraca de outra maneira, vão perceber que ali há um valor. As pessoas que desenvolvem ações culturais vão estar presentes no mapa, que será um lugar de fala delas. Haverá a exposição positiva da comunidade do ponto de vista de moradores dessas localidades.

Para estimular que os jovens trouxessem elementos para o desenvolvimento da programação gráfica do mapa, a Oi Kabum! propôs uma dinâmica em que perguntas como: se sua comunidade fosse uma cor, qual seria? Se fosse um carro, qual seria? foram lançadas para o grupo. Que metodologia é essa?


Luciana Oliveira: Há 12 anos trabalho com essa "Entrevista de relação formal", incluí na etapa de trabalho que chamamos de Levantamento de Dados ou Briefing. As pessoas têm sensações, para que possamos corresponder a essas sensações estabelecemos relações de forma. Assim podemos de fato representar. O design busca representar o outro, corresponder a quem está nos buscando para desenvolver o trabalho. Temos mais preocupação em ouvir do que dizer o que será feito. É preciso ter escuta para os elementos que surgem, gerar perguntas, formas e imagens para obter respostas.

A Oi Kabum já começou a desenhar o mapa a partir do que os jovens têm trazido nos encontros?

Luciana Oliveira: Já estamos gerando hipóteses. A partir das atividades desse terceiro encontro, temos mais elementos para desenvolvê-las. À medida que formos avançando, vamos mostrando, para que possam interferir nesse processo.

O design do mapa será realizado por três jovens formados pela Oi Kabum. Além da formação, a escola investe na inserção desses jovens no mercado de trabalho? O que motivou o interesse desses três jovens por participar de um projeto como esse?

Noale Toja: Os três jovens da Oi Kabum! que farão o projeto gráfico do mapa são formados pela instituição. Agora participam do Núcleo de Produção, que é uma espécie de incubadora que está aberta a todos os alunos formados que queiram realizar projetos, executar trabalhos. Os alunos passam por 18 meses de formação e depois têm acesso ao Núcleo de Produção por mais 18 meses. Os jovens que estão participando do projeto foram convidados a participar pela sensibilidade para a questão social, por serem talentosos, pela facilidade em lidar com pessoas...


Fotos: Vinicius Ladeira e Klebeandeson Duarti

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