terça-feira, 18 de outubro de 2011

Olhares sobre a Providência


A primeira caminhada do Projeto Intercâmbios JuventudeArte, no Morro da Providência (Centro), foi realizada no último sábado, 15 de outubro. Com orientação e noções de fotografia dadas pelo Centro de Criação de Imagem Popular (Cecip), jovens do Morro dos Cabritos/Tabajaras(Copacabana), Providência e Salgueiro (Tijuca) foram a campo com as máquinas fotográficas nas mãos.

Divididos em grupos e tendo como guias os jovens da Providência, que iam apresentando os lugares que consideravam mais relevantes, os integrantes do projeto registraram seu olhar sobre a comunidade que estavam conhecendo. De volta à Casa Amarela, centro cultural que sediou o encontro, todos puderam ver e comentar o resultado do trabalho.


Anderson S. de Oliveira, morador da Providência, aprovou a atividade: “Me senti fotógrafo, com vontade de mostrar tudo.”


“O que mais me chamou a atenção foi a vista, é muito bonito. O Salgueiro é totalmente diferente”, diz Lisane Cristina dos Santos Fernandes.



“Mas nem todo mundo focou só a paisagem. Tiraram foto de dentro, também”, acrescenta Tatiane Ferreira da Silva, também do Salgueiro.

Esse foi o 4º encontro do Projeto Intercâmbios JuventudeArte, que tem como proposta a realização de mais duas caminhadas nos próximos sábados: no Morro dos Cabritos/Tabjaras e, por fim, no Salgueiro.


As caminhadas têm por objetivo promover a circulação de jovens de diferentes comunidades em espaços que até então não conheciam, favorecendo que se apropriem desses espaços de forma lúdica e criativa; e possibilitar que todos os integrantes do grupo conheçam pontos culturais que cada comunidade está apontando como importantes para fazer parte de um mapa cultural dessas localidades.



Fotos: Ratão Diniz e Edmilson de Lima

Saiba mais:
http://juventudearte.blogspot.com/2011/09/intercambios-juventudearte-jovens-vao.html

sábado, 15 de outubro de 2011

Primeiros traços do mapa cultural de comunidades do Rio


Estimular o debate entre jovens das comunidades Cabritos/Tabajaras (Copacabana), Providência (Centro) e Salgueiro (Tijuca) sobre a melhor forma de representar essas localidades em um mapa cultural foi um dos focos do 3º encontro do Projeto Intercâmbios JuventudeArte. A iniciativa foi realizada no Oi Futuro, em Ipanema, em 8 de outubro.


Um dos parceiros do projeto, a Oi Kabum! Escolas de Arte e Tecnologia é responsável pela criação gráfica do mapa de forma participativa. Luciana Oliveira e Noale Toja falam sobre os desafios de desenhar um mapa como esse.

Qual o envolvimento do grupo com o projeto?

Noale Toja: As atividades estão sensibilizando para a importância de expor a comunidade de dentro para fora. Acredito que quando forem a campo, vão olhar a dona da barraca de outra maneira, vão perceber que ali há um valor. As pessoas que desenvolvem ações culturais vão estar presentes no mapa, que será um lugar de fala delas. Haverá a exposição positiva da comunidade do ponto de vista de moradores dessas localidades.

Para estimular que os jovens trouxessem elementos para o desenvolvimento da programação gráfica do mapa, a Oi Kabum! propôs uma dinâmica em que perguntas como: se sua comunidade fosse uma cor, qual seria? Se fosse um carro, qual seria? foram lançadas para o grupo. Que metodologia é essa?


Luciana Oliveira: Há 12 anos trabalho com essa "Entrevista de relação formal", incluí na etapa de trabalho que chamamos de Levantamento de Dados ou Briefing. As pessoas têm sensações, para que possamos corresponder a essas sensações estabelecemos relações de forma. Assim podemos de fato representar. O design busca representar o outro, corresponder a quem está nos buscando para desenvolver o trabalho. Temos mais preocupação em ouvir do que dizer o que será feito. É preciso ter escuta para os elementos que surgem, gerar perguntas, formas e imagens para obter respostas.

A Oi Kabum já começou a desenhar o mapa a partir do que os jovens têm trazido nos encontros?

Luciana Oliveira: Já estamos gerando hipóteses. A partir das atividades desse terceiro encontro, temos mais elementos para desenvolvê-las. À medida que formos avançando, vamos mostrando, para que possam interferir nesse processo.

O design do mapa será realizado por três jovens formados pela Oi Kabum. Além da formação, a escola investe na inserção desses jovens no mercado de trabalho? O que motivou o interesse desses três jovens por participar de um projeto como esse?

Noale Toja: Os três jovens da Oi Kabum! que farão o projeto gráfico do mapa são formados pela instituição. Agora participam do Núcleo de Produção, que é uma espécie de incubadora que está aberta a todos os alunos formados que queiram realizar projetos, executar trabalhos. Os alunos passam por 18 meses de formação e depois têm acesso ao Núcleo de Produção por mais 18 meses. Os jovens que estão participando do projeto foram convidados a participar pela sensibilidade para a questão social, por serem talentosos, pela facilidade em lidar com pessoas...


Fotos: Vinicius Ladeira e Klebeandeson Duarti

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Tecendo olhares a partir de mapas oficiais de comunidades do Rio


Papel vegetal sobre mapas oficiais das comunidades Cabritos/Tabajaras (Copacabana), Providência (Centro) e Salgueiro (Tijuca), lápis de cor nas mãos e disponibilidade para dialogar e entrar em consenso sobre os contornos a serem traçados e os pontos culturais a serem marcados. Quais os limites de cada um desses mapas? Quais as principais vias de acesso? Como localizar os pontos de ações culturais? De que forma o mapa cultural dessas três localidades -- que será criado de forma participativa por diferentes parceiros e jovens moradores -- se aproxima ou se afasta das representações oficiais? A partir da realização dessa atividade, proposta no 3º encontro do Projeto Intercâmbios JuventudeArte, no último sábado, 8 de outubro, na Oi Kabum, em Ipanema, surgiu uma série de questionamentos e posicionamentos por parte dos jovens presentes.
Confira algumas de suas falas:

Tatiane Ferreira da Silva, Salgueiro

“Qual interesse de mapear? O Rio de Janeiro tem várias coisas, o Corcovado... A gente vai mapear a nossa área, o que a gente acha que é a nossa comunidade.”

“Os turistas vão para a Rocinha porque é mais conhecida. Porque o Michael Jackson foi. O Salgueiro não existe. Se um dia alguém famoso for lá, vai existir.”



Leimar Correia, Salgueiro

“É importante mapear para enriquecer a nossa cultura. Esse é o valor do mapa. As pessoas veem outra realidade das comunidades.”

Mikaela Sena, Cabritos/Tabarajas

“Tem pessoas que nem sabem que fazem parte da história do local. Tem aquele que tem uma barraquinha há anos. Ele faz parte da história.”

Aila Santos da Silva, Salgueiro

“A forma do nosso mapa estava toda errada. Eles colocaram entrada na rua que não tem. E a que tem entrada, ficou sem. Uns dizem que a Coreia faz parte do Salgueiro, outros dizem que não. Optamos por não colocar no mapa.”

Eder Ribeiro, Providência

“O mapa da Providência parece muito grande, mas lá dentro é pequeno. Não incluímos o Morro do Pinto no mapa. Eles dizem que não são da Providência. Já que não se consideram... As casas deles são um pouco melhores. Na Providência ainda tem casa de palafita, de madeira.”

Fotos: Vinicius Ladeira e Klebeandeson Duarti

Rumo ao levantamento de informações para mapa cultural de comunidades do Rio


Diferentes parceiros estão unindo esforços e metodologias para que jovens de três comunidades do Rio de Janeiro – Cabritos/Tabajaras (Copacabana), Providência (Centro) e Salgueiro (Tijuca) – entrem em contato com informações necessárias para construir, de forma participativa, um mapa cultural dessas localidades.


O Centro Internacional de Estudos e Pesquisas Sobre a Infância (Ciespi), com grande experiência em trabalhos de mapeamento em comunidades, tem um importante papel no projeto: descobrir junto com os jovens a melhor forma de levantar as iniciativas culturais que serão divulgadas no mapa. Que pessoas, locais, saberes, fazeres, projetos, manifestações, artes serão mapeados? Como conduzir entrevistas com moradores das comunidades para coletar informações sobre cada uma delas?

Em entrevista, os pesquisadores do Ciespi Marcelo Princeswal e Nathércia Lacerda falam desse processo e da importância do projeto.

Chegamos ao terceiro de nove encontros do projeto Intercâmbios JuventudeArte que terá como resultado final a criação de um mapa cultural de três comunidades do Rio de Janeiro. Vocês já conseguem visualizar como será esse produto final?

Marcelo Princeswal: Estamos abertos para o que pode surgir no decorrer dos encontros, para o processo. O mapa é o produto final. Os jovens vão produzir algo que ainda não sabemos muito bem. Será que vão subverter a ideia de mapa? O que é mais representativo para eles? Vamos trabalhar junto com eles no sentido de fazer com que o mapa expresse isso.


Nathércia Lacerda: O mapa será uma construção conjunta, fruto de uma troca. Devemos produzir um mapa de cada lugar, como tudo isso vai se concretizar ainda não sabemos. Vamos pensar a cidade nos debruçando com esses jovens sobre as três comunidades. Estamos falando do Rio de Janeiro, reconhecendo o Rio de Janeiro.

Qual a importância de um projeto como esse?

Marcelo Princeswal: O projeto possibilita que esses jovens se coloquem no lugar de construtores de suas histórias. Eles estão construindo um pedaço da história. Esse processo é tão rico que deveria ser estendido a outras pessoas. Deveria ocorrer independente da criação de um mapa. Uma criança ou jovem que mora na Zona Sul, por exemplo, de classe média, também poderia fazer esse exercício de reconhecimento de onde vive.

Nathércia Lacerda: Há o perigo da história única. A história é dinâmica. Cada um conta de uma forma.


No 3o encontro, vocês iniciaram o trabalho de reconhecimento territorial a partir dos mapas oficiais das comunidades, como foi isso?

Nathércia Lacerda: Eles se divertiram quando apresentamos o mapa oficial das comunidades deles. ‘Olha a minha casa! Isso não existe mais, é antigo.’ Havia também uma estranheza. ‘Achava que esse lugar era perto daquele.’ Nessa atividade, os jovens fizeram uso das informações que vêm levantando desde que o projeto iniciou e começaram a dar forma a elas para a criação de um produto, o mapa. Começaram a organizar, marcar o contorno do mapa e apontar nele pontos culturais.


Marcelo Princeswal: Esse primeiro contato com um mapa gráfico inicia uma apropriação do espaço onde se vive. Foi muito interessante a visão de que o mapa oficial estava desatualizado, ver as mudanças que ocorreram nas localidades: ‘Essa área não é mais aqui’. ‘Esse campo agora é de grama sintética’. Eles ainda vão caminhar, identificar os lugares que existem, conversar com as pessoas. É um redesenho de suas comunidades.

Nathércia Lacerda: A ida a campo vai ressignificando. Cada passo ressignifica. Primeiro entraram em contato com o mapa plano, depois vão caminhar nas comunidades. O desenho que fizeram hoje vai se transformar a partir das caminhadas. Acredito que as caminhadas vão integrar e possibilitar que entendam melhor o lugar onde vivem.

Fotos: Vinicius Ladeira e Klebeandeson Duarti

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Funk também é cultura...

Bem popular em todo o Brasil e estigmatizado como um ritmo que leva a juventude para a promiscuidade e uso de drogas, alguns militantes do "Funk Carioca", puderam comemorar neste ultimo mês mais uma vitória. O estado do Rio de Janeiro reconheceu a musica Funk e lhe concedeu um edital, ação inédita no Brasil. O edital deve abrir caminhos para a profissionalização e diversificação do Funk, já que tem como principio aprovar projetos destinados a produção de clipes, CD'S e projetos de registros e memória do Funk. serão selecionados 25 projetos que receberão 2o mil reais para desenvolver sua ação.
O avanço dado pelo Rio de Janeiro, tende a refletir no país, na contra mão da marginalização das culturas urbanas, fortalecendo a produção de tais manifestações e artistas.
Fica aqui nosso sincero parabens a essa iniciativa...

E viva o Funk!!!

Mais Informações:
http://conexsom.com.br/secretariadeestadodeculturalancaeditaldefunknorio

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Entrevista: Fred Paredes



Por meio de estímulos corporais é possível ter outra postura diante do mundo, promover mudanças de atitudes e comportamentos. Essa é a proposta do bailarino e coreógrafo Fred Paredes, que esteve presente no segundo encontro do projeto Intercâmbios Juventudearte, como convidado. Não é a primeira vez que integra iniciativas do Programa Juventude Transformando com Arte, coordenado pelo Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP), e a possibilidade de entrar em contato com expressões culturais muitas vezes invisíveis na nossa sociedade é algo que o estimula a continuar investindo nessa parceria.

Você propôs atividades corporais para os jovens. De que forma essas atividades potencializam os objetivos do projeto?

Fred Paredes - A minha proposta foi trazer a experiência corporal, a vivência do corpo, para desarmar os condicionamentos. O meu interesse é que o participante possa se servir de uma escuta corporal para poder se recolocar, mudar de atitude. Eu crio situações com as quais não estão acostumados, crio provocação. Achei um barato a experiência. Esses jovens são muito vivos, têm uma potência de vida muito forte.

O que mais chama a sua atenção na proposta do projeto Intercâmbios Juventudearte?

Fred Paredes - A iniciativa vai promover a circulação de moradores de comunidades em diferentes favelas. Há uma situação de poder que se modifica. O Brasil tem uma vocação de encontro, de cultura partilhada. Acho importante toda iniciativa que resgate as pessoas de situações que impedem esse encontro.

E essa circulação possibilitará o reconhecimento de iniciativas culturais pelos jovens...

Fred Paredes - Os jovens geralmente se posicionam de acordo com os padrões da sociedade. São condicionados a pensar que não são agentes culturais, que a cultura está fora. O projeto irá ajudar que se reconheçam como agentes de cultura, a quebrar um pouco os lugares pré-definidos do que é cultura. O projeto está provocando o questionamento, está promovendo o bom estranhamento ao colocar pessoas de diferentes comunidades juntas, fazendo com o que os jovens vejam que há divergências e pontos em comum com seus pares de outras comunidades.



Essa não é a primeira vez que trabalha com o Programa Juventude Transformando com Arte. Na 3a Mostra Brasil, realizada no Rio de Janeiro, em 2010, você foi curador e diretor artístico da noite da dança. Como foi a experiência?

Fred Paredes – Entrei em contato com projetos de qualidade feitos em todo o Brasil. São diferentes estéticas, referências culturais. Há o frescor do que ainda não está encaixado em um ‘esquemão’, uma potência de expressão cultural no Brasil muito forte. Foi muito interessante promover o encontro de pares, integrar os grupos e dar visibilidade a esses grupos.

Fotos: Klebeandeson Duarti

Saiba mais sobre a Mostra Brasil.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Reflexão sobre cultura no segundo encontro do projeto Intercâmbios Juventudearte




O segundo encontro do projeto Intercâmbios Juventudearte teve por objetivo estimular que jovens das comunidades Cabritos/Tabajaras, Providência e Salgueiro refletissem sobre o que é cultura. As atividades ocorreram no sábado, 24 de setembro, no espaço da Associação de Moradores do Morro dos Cabritos, em Copacabana.

“O saber cultural pode estar tanto no baile funk como na atividade da parteira, nas histórias contadas pelos mais velhos. A carrocinha de cachorro quente, que gera a possibilidade de encontros, pode ser apontada como cultura. Cada um tem um ponto de vista e o projeto busca essa diversidade de olhares”, explica Denise Mendonça, presidente do Tear.



Na opinião de Mario Orlando, 19 anos, do Tabajaras, “todo mundo tem cultura, pois está num meio social. Cultura é o hábito que a gente adquire com as pessoas ao nosso redor. É o que a gente adquire com o tempo”.




Os jovens pesquisaram e trouxeram histórias de suas comunidades para compartilhar uns com os outros. Alessandra Corrêa Muniz, 23 anos, disse que nunca tinha entrado em contato com a história do Salgueiro, onde vive, e que também gostou de conhecer a história da Providência e do Tabajaras. “A gente mora num lugar e não conhece. Às vezes, os mais velhos tentam contar e a gente pensa: não quero saber disso não. Eu gostei muito dessa atividade”, destaca.



“Eu me interessei pelo projeto porque é uma forma de falar da minha comunidade. E isso tem muito a ver com cultura. A cultura da Providência é muito rica. O negro construiu muita coisa, mas é tido como inferior”, diz Eder Ribeiro, 24 anos.

Fotos: Klebeandeson Duarti

Leia mais sobre o projeto Intercâmbios Juventudearte.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Intercâmbios Juventudearte – jovens vão mapear ações culturais em suas comunidades



No último sábado, dia 17 de setembro, teve início o projeto Intercâmbios JuventudeArte, em que cerca de 45 jovens das comunidades do Cabritos/Tabajaras (Copacabana), Providência (Centro) e Salgueiro (Tijuca) são convidados a desempenhar uma tarefa: levantar iniciativas culturais nas três favelas e construir um mapa/guia de cada uma delas de forma colaborativa.

O objetivo do projeto é promover a visibilidade e o fortalecimento dessas expressões culturais. “Os jovens vão debater temas como cultura, identidade, patrimônio cultural para realizar um mapeamento colaborativo dos ativos culturais locais a partir do qual produzirão um mapa de suas comunidades”, afirma Cristiana Candal, uma das coordenadoras do projeto.

O levantamento das iniciativas culturais e a criação da publicação serão realizados pelos jovens com o acompanhamento de especialistas em mapeamento, em políticas públicas, em design, em arte e educação. Os guias serão distribuídos nas comunidades e em outros espaços da cidade.

Ao todo serão realizados nove encontros, aos sábados. Nesses encontros, os jovens entrarão em contato com informações necessárias para que possam participar de todo o processo, farão caminhadas nas comunidades para a coleta de informações e participarão de discussões para o desenho do mapa/guia.

“A caminhada será muito importante, porque é daí que as histórias vão emergir. Uma caminhada que representa o direito à cidade. Jovens de diferentes comunidades vão transitar em lugares que antes não caminhavam”, avalia Marcelo Princeswal, pesquisador do Centro Internacional de Estudos e Pesquisa sobre a Infância (CIESPI).

O projeto gráfico do mapa será desenvolvido com o apoio do CECIP / Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia. “A partir das conversas, poderemos tentar captar essas vivências dos jovens em cor e forma. Isso vai ser um desafio e é muito estimulante”, diz Vinicius Ladeira, um dos jovens designers convidados para criar o desenho do mapa.

O projeto Intercâmbios JuventudeArte, idealizado pelo Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP), é patrocinado pela Light e pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura/Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

Fotos do primeiro encontro: Davi Marcos

Links relacionados:

CECIP - http://www.cecip.org.br

CEPP - http://www.cepp.org.br

CIESPI - http://www.ciespi.org.br

TEAR - http://www.institutotear.org.br

Primeiro encontro: tecendo realidades e afetos



O primeiro encontro do projeto Intercâmbios JuventudeArte foi realizado no Centro Cultural Light, no último sábado, 17 de setembro, e teve como principal objetivo promover a interação entre os atores envolvidos na iniciativa. O Instituto de Arte Tear, um dos parceiros no projeto, conduziu as dinâmicas de grupo.

Cerca de 30 jovens das comunidades Cabritos/Tabajaras (Copacabana), Providência (Centro) e Salgueiro (Tijuca) -- que farão mapeamento de iniciativas culturais nessas localidades para a criação de um mapa/guia -- estiveram presentes.

Também participaram das atividades integrantes do Centro Internacional de Estudos e Pesquisa sobre a Infância (CIESPI); do Centro de Criação de Imagem Popular (CECIP); da Oi Kabum! Escolas de Arte e Tecnologia; do Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP); e da gerência de atendimento às comunidades da Light.

“Esse primeiro encontro é para que o grupo se conheça. Precisamos que o grupo seja um corpo coletivo, construir uma identidade de grupo, fundar um grupo, criar vínculos afetivos”, diz Denise Mendonça, presidente do Tear.

As atividades lúdicas, que ajudaram a despertar a curiosidade por si e pelo outro, visam não só criar e fortalecer uma identidade de grupo como também instigar o olhar para a coleta de dados culturais nas comunidades.

“Quem está gostando muda de lugar”, gritou em alto e bom som o jovem Mario Orlando Domingos Manuel, do morro dos Cabritos/Tabajaras, integrante do grupo de dança urbana Conexão Crew, durante uma das dinâmicas.

A atividade convidava os participantes a mudar de lugar na roda sempre que Camila Leite, vice-presidente do Tear, lançava uma pergunta cuja resposta fosse “sim”. A cada “sim” a roda se reconfigurava e novos contatos entre as pessoas ocorriam. Conforme a atividade ia acontecendo, os jovens iam se soltando e, voluntariamente, começavam a lançar suas próprias perguntas para o grupo.



“Como eu me senti nesse primeiro encontro? É como uma arte em movimento”, sintetizou Nilson Bruno Fernandes, do Cabritos/Tabajaras.

O projeto Intercâmbios JuventudeArte, idealizado pelo Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP), é patrocinado pela Light e pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura/Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

Links relacionados:

CECIP - http://www.cecip.org.br

CEPP - http://www.cepp.org.br

CIESPI - http://www.ciespi.org.br

TEAR - http://www.institutotear.org.br

Projeto busca criar um mapa sem fronteiras

Alguns dos jovens das comunidades Cabritos/Tabajaras (Copacabana), Providência (Centro) e Salgueiro (Tijuca) convidados a participar do projeto Intercâmbios JuventudeArte afirmam não conhecer muitas atividades culturais em suas comunidades. Mas a expectativa é que, como mapeamento que irão realizar nessas localidades, descubram uma realidade que até então não tinham vislumbrado.

Mario Orlando Domingos Manuel, jovem que participa de grupo de dança de rua, acredita que encontrará muitos talentos desconhecidos na comunidade Cabritos/Tabajaras. “Tem muita gente que faz coisas fora da comunidade. O nosso grupo trabalha fora da comunidade, dando aulas, fazendo workshops e dançando”, exemplifica.

“Nunca teve muita atividade cultural na Providência, além da capoeira. Acho que com o mapeamento vou encontrar muita coisa escondida”, acredita a jovem Joice da Silva.

E bater de porta em porta, o famoso boca a boca, foi apontado pela jovem Leimar Correia, do Salgueiro, passista do Bloco Raízes da Tijuca, como a melhor forma de realizar o mapeamento. “O projeto vai nos ajudar a circular mais dentro da comunidade. Eu fiz a trancinha no cabelo e ela [aponta para outra moradora do Salgueiro] não sabe quem fez”, conta.

Por meio da criação de um mapa/guia, o projeto fortalecerá a troca de informações culturais no interior de cada comunidade, entre diferentes comunidades, bem como possibilitará a criação de vínculos entre essas localidades e o seu entorno, favorecendo maior integração na cidade do Rio de Janeiro.

“Integrar juventudes e territórios da cidade através da arte e da cultura está entre os objetivos do projeto”, afirma Angela Nogueira, coordenadora do projeto.

“A minha expectativa é que esse trabalho desperte desejos, permita a construção de um novo território de vida”, finaliza Noali Toja, da Oi Kabum, núcleo do Centro de Criação de Imagem Popular (CECIP).

O projeto Intercâmbios JuventudeArte, idealizado pelo Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP), é patrocinado pela Light e pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura/Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

Links relacionados:

CECIP - http://www.cecip.org.br

CEPP - http://www.cepp.org.br