sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Tecendo olhares a partir de mapas oficiais de comunidades do Rio


Papel vegetal sobre mapas oficiais das comunidades Cabritos/Tabajaras (Copacabana), Providência (Centro) e Salgueiro (Tijuca), lápis de cor nas mãos e disponibilidade para dialogar e entrar em consenso sobre os contornos a serem traçados e os pontos culturais a serem marcados. Quais os limites de cada um desses mapas? Quais as principais vias de acesso? Como localizar os pontos de ações culturais? De que forma o mapa cultural dessas três localidades -- que será criado de forma participativa por diferentes parceiros e jovens moradores -- se aproxima ou se afasta das representações oficiais? A partir da realização dessa atividade, proposta no 3º encontro do Projeto Intercâmbios JuventudeArte, no último sábado, 8 de outubro, na Oi Kabum, em Ipanema, surgiu uma série de questionamentos e posicionamentos por parte dos jovens presentes.
Confira algumas de suas falas:

Tatiane Ferreira da Silva, Salgueiro

“Qual interesse de mapear? O Rio de Janeiro tem várias coisas, o Corcovado... A gente vai mapear a nossa área, o que a gente acha que é a nossa comunidade.”

“Os turistas vão para a Rocinha porque é mais conhecida. Porque o Michael Jackson foi. O Salgueiro não existe. Se um dia alguém famoso for lá, vai existir.”



Leimar Correia, Salgueiro

“É importante mapear para enriquecer a nossa cultura. Esse é o valor do mapa. As pessoas veem outra realidade das comunidades.”

Mikaela Sena, Cabritos/Tabarajas

“Tem pessoas que nem sabem que fazem parte da história do local. Tem aquele que tem uma barraquinha há anos. Ele faz parte da história.”

Aila Santos da Silva, Salgueiro

“A forma do nosso mapa estava toda errada. Eles colocaram entrada na rua que não tem. E a que tem entrada, ficou sem. Uns dizem que a Coreia faz parte do Salgueiro, outros dizem que não. Optamos por não colocar no mapa.”

Eder Ribeiro, Providência

“O mapa da Providência parece muito grande, mas lá dentro é pequeno. Não incluímos o Morro do Pinto no mapa. Eles dizem que não são da Providência. Já que não se consideram... As casas deles são um pouco melhores. Na Providência ainda tem casa de palafita, de madeira.”

Fotos: Vinicius Ladeira e Klebeandeson Duarti

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