quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Conversa com o Davi do grupo do Máfia 44

JuventudeArte - Quando e por que você escolheu o graffiti?

DAVI BALTAR - Foi em 2006, eu já conhecia o graffiti a algum tempo mas não tinha recurso pra poder pintar. Então no meio deste ano surgiu a oportunidade de fazer uma oficina. Daí tive a oportunidade de praticar e com o tempo o graffiti foi tomando conta da minha vida.

JuventudeArte - Qual a proposta do coletivo Máfia 44, que hoje faz parte do Banco de experiências sociais com arte e cultura?

DAVI -Hoje nós somos um grupo que pensa e age em favor da arte como instrumento de transformação, tanto no sentido físico quanto no social. Acreditamos que a pintura, a arte em si pode elevar a auto-estima das pessoas e do seu entorno, ela age como instrumento de diálogo. Por isso o graffiti é tão importante pra gente, pois tudo isso pode se tornar público, facilita muito o nosso contato com o público.

JuventudeArte - De que maneira o trabalho do Máfia 44 mobiliza jovens tanto no ensino da técnica quanto na discussão e visibilidade das questões caras a eles?

DAVI - Alguns de nós trabalhamos em oficinas com jovens. Por sermos um grupo independente temos o privilégio da liberdade, mas por outro lado sempre tivemos que arcar com muito do que fazemos (murais, encontros, etc.). Penso que mais importante que "formar grafiteiros", é conscientizar uma comunidade da importância da preservação de suas paredes, por exemplo, pois uma parede pintada "pedirá" um chão limpo, para que os moradores possam posar pra fotos num bom lugar. Esse tipo de pequenas experiências que passamos nos ensinam que uma pintura numa parede pode gerar uma reação cultural num local antes descuidado. E os jovens são os mais atentos a isso, pois ainda estão bem abertos a novas idéias.

JuventudeArte - Como foi a sua experiência como oficineiro na Mostra Brasil?

DAVI - Foi ótima. Ministrei uma oficina para um grupo de B-boys de Campinas, SP. A proposta da oficina era: "Brasil: suas cores e gêneros", e o grupo se chamava S.A.M.B.A (Somos A Mistura Brasileira). Pronto, caiu como uma luva no tema! foi samba, hip-hop, Rio, São paulo... resultou num trabalho bem legal. Pude conhecer também outras pessoas que mobilizam jovens de uma forma muito forte, meu maior aprendizado foi ver o entusiasmo de todos.

JuventudeArte - Que outros grupos de jovens você considera que estão fazendo um trabalho legal com graffiti atualmente?

DAVI - Tem a posse 471, que agora em novembro promovem o Meeting of Favela, que é considerado o maior encontro voluntário de graffiti do Brasil, um mutirão de graffiti, como é conhecido. Para quem quiser saber mais sobre, fica o blog: http://meetingofavela.blogspot.com/

E vou falar também da Artefeito, que promove ações educativas e culturais envolvendo o graffiti, e eu também estou fazendo parte atualmente Para quem quiser saber mais sobre, fica o blog: http://www.artefeito-cultura.blogspot.com/

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