A oficina é o encontro
De rima, cheiro e sotaque
Vem gente de todo canto
Trazendo cultura e arte.
Só cabe povo risonho
Nesse encontro de emoção
O tema em si vai ser sonho
Mas o mote é criação.
E vai ter gente paulista
Ministrando a oficina
Junto com pernambucana
Brincando e fazendo rima.
Mas quem for participante
Vai construir poesia
Vai fazer que cada instante
Se torne pura magia.
Se quiser participar
Basta só se inscrever
Depois é só aguardar
Pro resultado saber.
A chamada para a oficina já dava uma palha do que vinha inspirar.
Cabeça repleta de ideias, coração a mil e o mundo chamando lá fora: assim os jovens participantes da Oficina de Poesia colocaram no papel aquilo que, naquele momento, pulsava dentro deles.
Vida, amor, arte, sonho...tudo isso e muito mais passou pelas canetas dos jovens poetas, tudo vindo diretamente do coração.
Em meio a tantas manifestações artísticas que iluminaram o domingo da Ocupação Cultural na Praça Tiradentes, compartilhamos aqui com vocês o resultado da Oficina de Poesia ministrada por
Elizandra Souza e
Valéria Fagundes durante a 4a Mostra Brasil!
Elizandra e Valeria curtindo a Ocupação Cultural depois da oficina.
QUERIA
EU...
Queria eu...
Ter o dom de mudar tudo!
Talvez, trocar tudo o que não convêm...
Dizer a todos que tudo esta errado...
Queria eu...
Olhar para o céu
Ficar pensando durante 5 minutos e já saber o que fazer.
Vejo que...
Não farei nada...
O porquê?
Sozinha não posso nada....
Com alguém já posso começar....
Ah,queria eu...
Por
Maria Aline Silva Martin, 16 anos
Integrante
da Orquestra Popular TUHU
OSA
Eu sou a OSA
Orquestra Santo Antônio
Ousar,tocar, transformar
Sei que vou chegar.
Chegar nas ruas
Nas praças, nos teatros
Chamar as crianças
Venham todos aqui!
Tem lugar!
Terminar o teatro
Inserir todas as artes
Dança,balé, todos os ritmos
Porque afinal de contas
Tudo isso faz parte de nós
Criar uma grande orquestra
Com todos os instrumentos
Com todas as vozes
Gritando no mesmo ritmo:
A mesma canção.
Por
Maria Valdete
Integrante
da Orquestra Santo Antonio do Coeté - BA
SONHOS
Tocar, viver, transformar, inovar,
Tudo isso é o viver ao chegar
É o presente, é o tempo
O vento ao sonho carregar
O objetivo que se alcança
Mas com isso tudo não se para de sonhar;
Por Giovane Rafael Pereira, 13 anos
Integrante do Guaçaton – Cotia – SP
MUNDO
DIVERSIFICADO
Não fique preso em que se tem
Mude, transforme...
Traga algo novo
E mostre o que se pode ter de diferente
Veja as diversas culturas
Que aqui estão presente
Os diferentes estilos,
Palavrados e sentimentos
Tenhamos um mundo diversificado!
Por Raquel Sant’Ana, 15 anos
Integrante do Guaçaton – Cotia - SP
AMORE
Amor, aquele que nos faz sonhar
Que nos faz querer estar juntos
A todo momento.
Aquele que nos faz dar
Carinho toda hora,
Querer fazer a pessoa amada
Ser feliz.
Pra mim,
o amor é você!
Por Luana C. Costa, 16 anos
Integrante
do Núcleo de Artes Cênicas Sebastian
JOVENS,
ARTISTAS, AMIGOS
Amizade, é um sonho
nem todos têm,
nem todos sabem dar
Arte, é um sonho
Que todo artista sonha
Mas só o têm, quem o conquista
Jovens artistas
Jovens amigos
Ensinando o Brasil
Com a nossa arte
Por Clara Njambela, 14 anos
Integrante
do Núcleo de Artes Cênicas Sebastian
O
CLÁSSICO
O clássico não é algo chato
É algo lindo
Como café com leite
Na mesa do brasileiro
É algo de tradição.
Então porque rejeita-lo?
Vamos abraça-lo,
degusta-lo,
visualiza-lo.
E assim torna-lo em algo apreciado.
Como café com leite.
Por Vanessa
C. da Silva, 16 anos
Integrante
do Núcleo de Artes Cênicas Sebastian
Minha alegria, minha emoção
Minha magia, meu coração
Meu sonho mais puro, minha visão
Meu templo, minha religião
Meu estado de espírito, minha proteção
Meu sorriso sincero, minha paixão
A mulher da minha vida, minha razão
Por Anna Roberta da Silva, 19 anos
Integrante do TUHU
Meu sonho tem alguns sons
Bem definidos, sonhos graves e agudos
Com convenções e fade outs
Meu sonho pode ter dois minutos
Ou caber num belo long play
Meu sonho é fazer sentir
É um sonho de fazer aparecer
É um sonho de arrepiar o corpo
É um sonho de estremecer.
Sonho bom, sonho tom, sonho som
Aquele acorde dissonante quer crê
Num sentimento que a música
Que quando sonhada causa em você.
Por Pedro Amparo
Integrante da Cia Cirandeira
LÁBIOS
Enquanto seus lábios forem vermelhos.
Irmã, brinque de se esconder de mim
Deixe seu cabelo solto ao vento e esconda-se de mim
Deixe minhas mãos acariciar seu rosto
Corra de ti.
Faça tudo, e que tudo seja comigo
Enquanto seus lábios estiverem vermelhos.
Até o sol cair.
Por Wesley Cândido, 17 anos
Integrante do EDISCA – Fortaleza - CE
E como não poderia ser diferente, durante a oficina as poetisas também criaram seus poemas que foram apresentados na noite da Mistura de Linguagens na 4a Mostra Brasil.
Elizandra durante ensaio técnico no Teatro Carlos Gomes
Ore Kuera - Todos nós (guarani)
Somos fio da mesma trança
Trazemos amor e esperança
Estrelas do amanhã
Somos nós do mesmo bambu
Palha da mesma corda
Batucadeiros do mesmo show
Somos orquestra do mesmo palco
Queremos arte no nosso prato
Sopros dos mesmos passos
Matérias da mesma rima
Somos djs da mesma festa
Personagens da mesma história
Quando essa noite acabar, o nosso show continua
porque a nossa vida é arte e o nosso palco é a rua.
O rap volta pra casa, pra escola, pra favela,
e até na língua tupi esse som se prolifera.
Desfilaram nessa mostra bambu, cavalo marinho,
Orquestra, rabeca e dança, malabares e passinho.
Nos chamam de alegristas, brincantes da juventude,
E a gente recria a arte fazendo que o mundo mude.
Quando essa luz se apagar, se acende a luz que há em nós,
e em cada canto do mundo vão ouvir a nossa voa.
No país, de canto a canto, de Mato Grosso ao Sertão,
a gente segue viagem cumprindo nossa missão.
Por Valéria Fagundes (PE)
Matéria e Fotos: Vanessa Machado