quarta-feira, 2 de março de 2011

Puro envolvimento – capítulo 3

Yasmin Thayná

Em setembro de 2010, fiz a oficina do Tela Brasil aqui em Nova Iguaçu. Foram 15 dias de oficina. Lá eu tive a melhor aula de produção com a Marina Santonieri. Entendi que cinema não era uma técnica exata que a gente aplica uma fórmula de física numa folha de papel, resolve a questão e vai para casa. Entendi que o cinema pode ensinar coisas pra gente na pré, na produção e na pós produção. E é justamente disso que eu gosto: puro envolvimento. Fui roteirista e produtora do curta-metragem FIM:


Ainda em setembro de 2010, fiz prova para a Cufa que estava oferecendo uma extensão na Escola de Comunicação da UFRJ. O "Mão na Cabeça" é um projeto que visa a junção dos policiais com os civis. Passei novamente. A turma é composta de 60 alunos, sendo eles 30 civis e 30 militares. No final desse curso, em 2011, será produzido um longa e dois curtas: um com a visão dos militares outro com a visão dos civis em cima de um mesmo assunto. O longa vai ser o processo desses dois olhares. Conheci pessoas incríveis. A primeira aula foi o Cacá Diegues quem deu. Juntei-me ao grupo do centro do Rio de Janeiro e da zona sul, já que o grupo da Baixada tinha um número muito reduzido de membros. O professor de roteiro, Rafael Dragaud - roteirista do programa Amor & Sexo da globo - me ensinou importantes caminhos de como se escreve um roteiro.Em outubro de 2010, Valdomiro, que fez curso de roteiro comigo na Escola Livre de Cinema, me convidou para fazer parte da equipe do cineclube do SESC. Virei cineclubista.

Novembro de 2010, Julio Ludemir - coordenador do Jovem repórter - me convidou para fazer parte do projeto "memórias do cárcere" na 52ª DP de Nova Iguaçu. A ideia era resgatar as memórias dos encarceirados de lá, além de dar continuidade ao Cine Carceiragem que era realizado pelo Marcelo Yuka. Resgatamos, de forma audiovisual, as histórias que eles se dispuseram a contar a partir de um dispositivo. Toda semana tinha um tema. Atuei também como repórter e uma antropóloga curiosa em busca, somente, de entender, de fato, o que é o ser humano dentro de um pátio onde 150 dormem e 150 ficam em pé esperando 12 horas se passarem para que eles possam dormir. Além disso, estudei a estética do crime organizado nos muros da cidade, o filme da Lúcia Murat, o roteiro do Julio, os livros dele sobre o crime e tudo que ele me contava sobre a sua experiência jornalística totalmente voltada a esse tema. Aprendi muito com Ludemir e ainda continuo aprendendo. Ajudei a dirigir o curta a distância "Imagem eleita." Sete pessoas contribuíram para a ideia de Josy Antunes mostrando sobre o processo de eleição no Rio de Janeiro. O curta falava da sujeira, do amor que as pessoas tem em trabalhar pro candidato que acreditam em mudar a região. Enfim, é um curta que exerce um olhar geral sobre a propaganda política, que vai muito mais além do que entregar papéis.

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